Feitiçarias, Terrorismos e Vagabundagens: A Escritura Queer de João Gilberto Noll

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Data
2017
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Resumo

Essa pesquisa analisou a produção romanesca do escritor João Gilberto Noll, a partir do conceito de “escritura queer”, no sentido de compreender quais são os elementos narrativos presente em sua produção literária agenciadoras de subversões de gênero e sexuais. Partimos do conceito de “escritura”, de Roland Barthes (1974), por compreender que o texto literário funciona como uma escritura quando consegue estabelecer entre texto e leitores um movimento político e acontecimentos subjetivos, no engajamento que reivindica e na função social que exerce. Nesse sentido, compreendemos que a escritura queer, ou escritura da diferença, desse escritor é uma potência agenciadora de questionamentos à ordem estabelecida e produtora de subalternidades, principalmente, a heteronormatividade. Assim, não localizamos a produção de Noll nos rótulos acadêmicos e do mercado editorial massivo tais como “homoerotismo”, “homoafetividade”, “homotextualidade” ou “literatura gay”. Acreditamos que as personagens, os enredos e a proposta estética nos romances desse feiticeiro corresponde muito mais a uma provocação e deslocamento da heteronorma do que centralidade em uma identidade sexual ou de gênero. Sendo assim, desenvolvemos esse trabalho que analisa, na segunda seção, Pegação, as aproximações e os distanciamentos temáticos desse autor com a chamada literatura gay. Na terceira seção, Ozadia, apresentamos o motivo de seus escritos poderem ser lidos como uma escritura da diferença, em função da potência narrativa, da desconstrução do sujeito ontológico, sem fixação identitária, do terrorismo textual e dos agenciamentos de suas personagens. Na quarta e última seção, Gozo, discutirmos como suas personagens gozam suas existências precárias, são fluidas, desterritorializadas e subvertem a noção heteronormativa de sexo, gênero, desejo e práticas sexuais.


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Palavras-chave
Escritura queer, João Gilberto Noll
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