Professores de Jovens com Doenças Falciformes: Contornos, Nuances e Imagens de Viagem

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Data
2017-03-24
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Resumo

O presente trabalho multidisciplinar transita pelas zonas de intersecção entre educação e saúde. Buscou compreender como se constituem as práticas pedagógicas de professores de jovens com doenças falciformes matriculados em escolas da Rede Estadual de Ensino, localizadas na região metropolitana de Salvador-BA. A inquietação oriunda do objetivo supracitado se desdobrou em objetivos específicos, tais como: conhecer os itinerários pedagógicos, segundo as perspectivas dos estudantes com doenças falciformes; identificar os conhecimentos dos professores sobre as especificidades da juventude com doenças falciformes; analisar as práticas pedagógicas de professores da juventude com doenças falciformes; e, finalmente, descrever os processos formativos de professores destes jovens. Esta pesquisa se apoia metodologicamente no paradigma crítico, consolidado no materialismo histórico dialético. É também de natureza qualitativa, dos tipos exploratória e descritiva. Para o alcance dos objetivos elencados, foram utilizados como instrumentos e técnica de pesquisa, respectivamente, formulários, entrevistas e grupo focal. O universo selecionado envolveu jovens com doenças falciformes em idade entre 15 e 29 anos. Estes jovens estavam cadastrados nos ambulatórios multirreferenciais da Avenida Carlos Gomes e do Vale das Pedrinhas e responderam ao formulário. Na última etapa da pesquisa, foram entrevistadas duas estudantes do Ensino Médio com doenças dos tipos SS e SC e catorze professores. Oito destes docentes participaram de um grupo focal. A escolha das jovens definiu os espaços escolares em que foram realizadas as recolhas de informações. O trabalho obedeceu aos mais rigorosos padrões de ética, tendo sido inscrito na Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia. As sínteses da pesquisa sugerem que o conhecimento dos professores sobre as patologias é incipiente. Além disso, foi constatado que, por conta da própria sintomatologia das doenças, os discentes que sofrem de alguma das doenças falciformes absentem-se com frequência e são excluídos de atividades, sobretudo nas aulas de Educação Física. Para melhor lidar com a situação, a possibilidade indiciada pelo estudo é que o planejamento escolar seja concebido de modo a contemplar as pessoas com doenças crônicas. Atividades alternativas e interação virtual podem ser úteis para suprir as ausências. As práticas pedagógicas dos docentes estudados indicam, também, superficial estágio de respeito à diversidade. Nesta estão os estudantes com doenças crônicas, à margem das políticas de educação especial/inclusiva brasileira. Como maneira de superar o dilema, os achados da pesquisa apontam para o constante aprimoramento de uma formação docente em um continuum. Ao abordar nesta formação contínua as doenças falciformes em sua complexidade, torna-se viável uma prática pedagógica efetivamente inclusiva.


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Palavras-chave
Doenças falciformes, Prática de ensino
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