Deixe-me falar! Sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea

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Data
2015-12-04
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Resumo

As falas que se fazem cor ao tecido deste texto vicejam na metáfora da pintura de uma tela, cujo desafio de captura de sentidos enseja a pesquisa Deixe-me falar! Sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea. Entendendo já como factível o estabelecimento de laços entre o par psicanálise - educação, discuto, nesta escritura, o manejo do sofrimento psíquico do professor contemporâneo e suas repercussões nos campos da subjetividade, formação e desempenho profissional. Assim, este estudo objetiva identificar aspectos relacionáveis ao sofrimento psíquico do professor na contemporaneidade, bem como que discutir seus reflexos no processo de ensinar-aprender. Intento, ainda, observar e descrever as falas que emergem do (entre)lugar do padecimento do professor-sujeito, sobretudo, no que refere ao seu savoir -faire pedagógico. O eixo motriz que sustenta essa investigação é buscar conhecer que lugar e posição teriam as formações sintomáticas do professor-sujeito nos processos de adoecimento e quais as suas implicações no exercício pedagógico de ensinar e aprender. Nesse sentido, a base teórico-epistemológica da pesquisa delineouse dialogando com autores da vertente psicanalítica dentre os quais estão: Freud (1925- 1926); Lacan (1962-1963); Ornellas (2005-2013); Aguiar e Almeida (2011); Roudinesco (2011) e Voltolini (2011), bem como aqueles que basculam os espaços da educação: André (1995); Gatti (2002); Arendt (2003); Candau (1982), dentre outros. A investigação constitui-se enquanto um estudo de caso delineado a partir de uma abordagem qualitativa, visando assegurar o estudo do fenômeno em profundidade. A rota metodológica é trazida enquanto esboço da ação planejada, constando de referenciais fundantes acerca do locus de pesquisa, sujeitos, instrumentos de coleta e estratégias de análise. Os instrumentos de coleta são: observação em sala de professores, entrevista semiestruturada e pintura em tela. Os sujeitos foram selecionados pelo critério do desejo, considerando ainda tempo igual ou superior a 10 anos de docência no ensino fundamental II e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. O locus da pesquisa é uma escola da rede pública municipal da região metropolitana de Salvador. Para a análise dos dados, buscou-se, a partir dos instrumentos de coleta, a construção de categorias descritivas e interpretativas com vistas a operacionalizar as unidades de análise. Tal procedimento se deu pela adoção da análise do discurso de vertentes francesa e brasileira, considerando o explícito e o implícito no discurso verbal, as hesitações, atos falhos, reticências, silêncios, esquecimentos e repetições. (In)conclui-se que o sofrimento psíquico do professor é um evento multifatorial, complexo, ambivalente e acentuado pela contemporaneidade. Desta forma, as formações sintomáticas dos professores-sujeitos manifestam intrínseca relação com o seu sofrimento psíquico vindo, deste modo, a ocupar o lugar e posição de sinalizadores de adoecimento manifesto com implicações negativas no exercício pedagógico de ensinar e aprender. A pesquisa inscreve, portanto, os seguintes achados: desejo; escuta; ambivalência; angústia; transferência; identificação; afeto e ab-reação. Estes são significantes reveladores que denotam o sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea, haja vista que o (des)encantamento no fazer professoral traduz-se nos discursos onde pulsões de vida e morte assinalam o sujeito da falta e da barra, mas também do desejo e da fala.


Descrição
Palavras-chave
Sofrimento Psíquico, Professor-Sujeito, Cena Pedagógica, Contemporaneidade
Citação
SILVA, Daniele Lima da. Deixe-me falar! Sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea. Orientadora: Maria de Lourdes Soares Ornellas. 2015. 135f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade - Departamento de Educação Campus I, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2015.