Disposição para indicação da PREP entre profissionais de saúde atendimento especializado em HIV/AIDS

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2022-03-30
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Resumo

Introdução: A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV, disponível no Brasil desde 2017, consiste numa estratégia de prevenção combinada caracterizada pelo uso de antirretrovirais para reduzir o risco de infecção pelo HIV, especialmente em populações com risco acrescido dessa infeção. Apesar dessa estratégia, importantes desafios têm sido identificados em estudos sobre o conhecimento, aceitabilidade e disposição para indicação de PrEP por profissionais atuantes em serviços de atendimento especializado no cuidado de HIV/AIDS. Nessa perspectiva, este estudo analisou os fatores associados à disposição para indicação de PrEP por profissionais de saúde em Serviços de Assistência Especializada (SAE), na Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, realizado com profissionais de saúde de 29 SAE em HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), em 21 municípios da Bahia. Dados sociodemográficos, ocupacionais e de motivação foram coletados via questionário estruturado. Foram feitas análises descritiva, bivariada e multivariada. Resultados: Participaram 252 profissionais dos SAE, a maioria era mulheres (78,2%), 54,3% entre 36 e 50 anos, e mais da metade referiu possuir pós-graduação latu sensu com título de especialização (51%); possuir curso de residência (3,9%), mestrado (7,1%) e doutorado (2,3%). Os enfermeiros corresponderam a 25,8% e os médicos a 11,9%, sendo que as outras categorias profissionais, envolvendo profissionais de nível médio e superior, corresponderam a 62,3%. Um pequeno percentual (23,4%) declarou possuir especialização na área de HIV/Aids e mais da metade referiu possuir mais de 10 anos de formação na área (74,2%). Observou-se que 73,4% informaram atuar no SAE por um período de até 14 anos e 96% possuíam conhecimento prévio sobre a PrEP, apenas 32.9% referiram que os seus serviços dispensam PrEP e 85% demonstraram disposição de indicação da PrEP. Os fatores associados à não indicação da PrEP foram a indicação de auto-teste para população-chave gays e Homens que fazem sexo com Homens (HSH) (OR = 0.27, IC 95%= 0.08- 0.94) e a Profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP) (OR = 0.38, IC 95%=0.18-0.81) apresentaram menor chance de não indicar a PrEP. Aqueles com algum tipo de formação pós-graduada também apresentaram menor chance de não indicar a PrEP (OR =0.26, IC 95%= 0.11-0.61). Os fatores associados à disposição de indicação da PrEP - possuir formação de nível superior (OR=0,31; IC 95%; 0,09-1,03), possuir pósgraduação latu sensu com título de especialização, mestrado e doutorado (OR=0,17; IC 95%; 0,05-050), não ser da capital (OR=0,33; IC 95%;0,27-0,88), indicar auto-teste para HIV para a população-chave gays e HSH (OR=0,23; IC 95%; 0,06-0,91), indicar a PEP (OR=0,21; IC 95%;0,08-0,54) e promover vivência com profissionais mais experientes (OR=0,39; IC 95%; 0.16-0.95) - apresentaram menores chances de não indicação da PrEP. Conclusão: o conhecimento e a indicação das tecnologias de prevenção combinada ao HIV foram os fatores de maior influência para a indicação da PrEP pelos profissionais de saúde, o que sugere a importância da ampliação da oferta dessas tecnologias nos serviços de cuidado e prevenção ao HIV.


Descrição
Palavras-chave
Profilaxia pré-exposição, HIV, Profissionais de saúde
Citação
LAMÔNICA, Juliana. Disposição para indicação da PrEP entre profissionais de saúde de serviços de atendimento especializado em HIV/AIDS. Orientador: Marcos Pereira Santos. Coorientador: Laio Magno Santos de Sousa. 2022. 65 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde Coletiva) – Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2022.