Políticas intersetoriais e interseccionais de enfrentamento à violência contra mulher e escolas públicas do município de Biritinga-BA: Redes e reexistências

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2021-12-10
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Resumo

Ao longo dos séculos, temos observado o desenvolvimento de vários âmbitos da sociedade – ciência, tecnologia etc. – que, de alguma forma, influenciam no modo como nos relacionamos uns com os outros; apesar desse desenvolvimento, e supostas conquistas de liberdade e direitos das mulheres, destacamos que a relação entre o feminino e o masculino segue, muitas vezes, de forma conflituosa, dados os casos de violência sofrida por elas, desde seu silenciamento até formas mais graves de agressão e morte. Nesse contexto, a escola, em nossos tempos, é considerada um espaço privilegiado de conhecimentos para a promoção dos direitos humanos, com importante papel no enfrentamento a todo tipo de discriminações e preconceitos. Desse modo, o objetivo geral desta pesquisa é compreender as interfaces entre as políticas intersetoriais de enfrentamento à violência contra a mulher e as escolas públicas do município de Biritinga-Ba. A fim de atingir o objetivo principal, traçamos alguns objetivos secundários: a) entender como as ações oriundas de políticas intersetoriais de enfrentamento à violência contra a mulher emergem nas construções discursivas das(os) participantes da pesquisa, e como suas concepções se materializam em suas palavras, uma vez que elas(es) estão situadas(os) em postos que exigem uma postura de enfrentamento e combate à violência de gênero, uma postura que considere os direitos das mulheres; b) compreender como as perspectivas de gênero que atravessam as políticas intersetoriais de enfrentamento à violência contra a mulher são entrelaçadas nas construções discursivas das(os) atelieristas, as(os) quais representam os gerenciamentos de políticas públicas e de escolas, quanto ao enfrentamento da violência imprimida conta as mulheres; c) perceber como a interseccionalidade irrompe nas narrativas das(os) participantes da pesquisa e se legitimam as ações intersetoriais de enfrentamento à violência contra mulher. Teoricamente, baseamos nossas discussões em pesquisas que tratam principalmente da temática violência contra a mulher, violência doméstica e violência de gênero, com foco especial nas políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher e nas políticas educacionais direcionadas à questão, pois cremos que a atuação nesse sentido envolve vários dispositivos de ordem política e social, com um trabalho em rede. Em aspecto metodológico, seguimos os seguintes passos: revisão sistemática sobre a temática violência contra mulher e educação no cenário acadêmico; e a realização de ateliês de pesquisa/encontro, de forma virtual, em razão da Pandemia da Covid-19, no intuito de dialogar com as construções discursivas de gestoras(es) de políticas públicas e educacionais. Com base em nosso diálogo com as(os) agentes políticos e educacionais e reflexões decorrentes dele, verificamos que: essas(es) agentes têm consciência da existência de dispositivos que devem atuar em rede, porém as agentes educacionais, por vezes, se sentem sozinhas e despreparadas para lidar com situações de violência; a perspectiva de enfrentamento à violência numa chave de gênero perpassa especialmente as construções das agentes educacionais; reconhecem que a violência atinge diferentes grupos sociais, os quais compõem um estrato social, subalternizado, devendo ser enfrentada forma interseccional. A pesquisa se desdobrada em um projeto de intervenção que visa desnaturalizar – através dos ateliês de encontros – as mais diversas formas de violência praticadas contra as mulheres.


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Palavras-chave
Violência contra a mulher, educação, políticas intersetoriais, interseccionalidade
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