Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudos Africanos, Povos Indígenas e Culturas Negras (PPGEAFIN)

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    Rumpilezz e Pradarrum: o protagonismo da percussão afro-baiana como memória histórica e ancestral (2016-2022)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-28) Azevedo , Yuri Teles Mendes de; Doring, Katharina; Amaral, Sharyse Piroupo do; Santos, Laurisabel da Silva
    Esta dissertação se propôs a conhecer os processos de construção e conservação de uma memória coletiva local, acerca das tradições orais impressas no cojunto percussivo das músicas sacras afro-baianas, dispostas na Orkestra Rumpilezz e no Projeto Pradarrum, tendo como recorte o ano de lançamento do álbum chamado “A Saga da Travessia” de Letieres leite & Orkestra Rumpilezz, em conjunto a progressão do trabalho do Projeto Pradarrum, alinhando como mesmo ano citado. As formações desses dois grupos perpassampelos espaços de disputas nos festejos locais, nos discursos e na conexão do mundo sacro afro-brasileiro com as culturas múltiplas ao longo do Atlântico. A percepção dos dois projetos acerca da história da música negra soteropolitana provocam ações pautadas na valorização dessa cultura, produzindo lógicas estéticas, representativas e educacionais para alcançar jovens negros da cidade e, principalmente (re)educar o processo de formação musical dos músicos negros da cidade.
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    Andreza, mulata, e José, africano: trajetórias de escravidão e liberdade no Sertão da Bahia (Morro do Chapéu, século XIX)
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-24) Carvalho, Sheyla Oliveira; Farias, Juliana Barreto; Santos, Joceneide Cunha dos; Reis , Isabel Cristina Ferreira dos
    Trata-se da análise da trajetória de Andreza Maria do Espírito Santo, mulata liberta, que foi cativa do próprio marido, o africano liberto, José Gomes de Araújo, ao lado do qual negociou e fez fortuna em Morro do Chapéu no século XIX. Através da trajetória dessa mulata e de seu marido, busquei adentrar no universo da escravidão e liberdade no sertão da Bahia. O recorte espacial foi a freguesia, e depois vila, de Nossa Senhora da Graça do Morro do Chapéu. Sua economia era baseada na mineração, policultura e, especialmente, na produção de gado vacum para abastecer o mercado de Salvador e Recôncavo. Além do caráter econômico, parto da ideia que mesmo com uma baixa estrutura de posse quando comparada a outras vilas da Província da Bahia, especialmente as localizadas no Recôncavo baiano, Morro do Chapéu era fortemente hierarquizada e pautada nas relações de dependência e de trocas pessoais. Mesmo com essas condições, pessoas negras e escravizadas prosperaram e conquistaram a liberdade por meio de diferentes mecanismos, como a compra de alforria, estratégias matrimoniais, estabelecimento de vínculos pessoais com pessoas de maior posse e poder econômico etc. Para seguir meus personagens, utilizei procedimentos próprios da trajetória e da micro-história. Nesse sentido, fiz um amplo uso da técnica da ligação nominativa. As principais fontes utilizadas foram inventários, testamentos, processos criminais, processos cíveis, livros de nota, livros de batismo, casamento e óbito.
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    A cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Rocha, Paola Odònílé de Mori; Figueiredo, Joabson Lima; Hoshino, Tiago de Azevedo P.; Vergne, Maria Cleonice de Souza
    “A cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade”, versa sobre os percursos de um Terreiro de Candomblé no Sertão do São Francisco, Nordeste do Estado da Bahia, Brasil, denominado Centro Ogum Oledeji, que através da trajetória de vida da Yalorixá, conhecida como Mãe Neta, traz uma narrativa marcada por negações, desafios e violência provocadas pela sociedade e pelo Estado policial, em face a sua condição no direito de vivenciar sua ancestralidade. O Povo de Terreiro afro-brasileiro, se constitui pela força da ancestralidade negra, marcada por condições de subjugação desde os tempos coloniais aos tempos atuais, sinais do processo de escravização, cujas consequências se desdobram em configurações político-raciais de natureza diversa. Para esta pesquisa, utilizamos o método empírico de abordagem qualitativa e de bases auto etnográficas, onde a narrativa da Yalorixá Oledeji demonstra uma cosmopolítica de encruzilhadas conduzida pelo Orixá Ogum, que define seus caminhos, desde a sua infância à fase adulta, na busca pelo direito de vivenciar uma cultura de Terreiro, através da religiosidade e tradições. Contudo, sua trajetória é marcada por um período de ditadura militar, num recorte temporal entre os anos de 1978 a 1988, onde o racismo imprimiu na lei e na atuação do Estado, políticas de repressão e perseguição. As consequências desta necropolítica (Mbembe, 2018), atingiu frontalmente o mundo de crianças e adolescentes, sendo necessário uma intersecção de seus direitos, como viés na realidade dos Povos de Terreiros. A categoria cosmopolítica, é utilizada neste trabalho a partir do pensamento sociológico de Anjos (2006), no qual aponta uma filosofia política na religiosidade afro-brasileira capaz de equacionar o senso de afirmação étnica das diferenças; e Mbembe (2018), sobre a crítica do poder e o conflito étnico social e racial, paradigmas presentes na práxis dos Povos de Terreiros, quando a ancestralidade assume papel libertador na complexa trama de oposições e convivências.
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    Vozes e ecos do sertão: memórias e histórias do rádio na região de Irecê (1978 – 1988)
    (UNEB, 2022-12-21) Sampaio, Amanda Dourado; Damasceno, José Jorge Andrade; Souza, Antônio Clarindo Barbosa de; Figueiredo, Joabson Lima; Pinto, Thiago Pedro
    Esta pesquisa tem o objetivo de discorrer sobre a chegada do rádio na cidade de Irecê, sertão da Bahia, tendo como recorte temporal um momento de dez anos, no período compreendido entre 1978-1988, quando foi instalada a primeira emissora de rádio na cidade. Este trabalho versa sobre as lembranças e memórias de homens que atuaram no rádio ou vivenciaram o período estabelecido. No que se refere aos aspectos metodológicos, é importante mencionar que, na ausência de fontes sonoras e escritas, o desenvolvimento da pesquisa se deu a partir de fontes orais, com isso analisamos a história e a memória desse meio de comunicação. Para tanto, no âmbito teórico do estudo, dialogamos com autores como: Barros (2019), Bosi (1994), Ferraretto (2001), Damasceno (2022), Sampaio (2017), dentre outros.
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    Ascensão de duas famílias negras no sertão da Chapada Diamantina (século XIX)
    (UNEB, 2020-12-31) Dias, Ana Lécia Silva; Ferreira, Jackson André da Silva; Sampaio, Moiseis de Oliveira; Jesus, Paulo César Oliveira
    Este trabalho analisa e acompanha trajetórias de mobilidade e ascensão social empreendida por escravos, por homens e mulheres livres, alforriados e descendentes de escravos, que lograram êxito no sertão da Chapada Diamantina, mais precisamente em Morro do Chapéu, além de compreender a composição e importância da família escrava e família negra na sociedade do sertão baiano no século XIX. Para tal investigação, utilizei registros de batismo como fonte principal, acrescidos de registro de casamento, processo-crime, cartas de alforria, além de explorar notas de compra e venda de propriedades. Aposto na ideia de subordinação tanto do escravo, quanto do livre e liberto, no sentido paternalista, que busca proveito nessa servidão, também pontuei os laços de solidariedade e compadrio entre senhores, escravos e agregados. Elenquei casamentos consensuais e legitimados entre livres e escravos, como mecanismo muitas vezes de sobrevivência e oportunidade. Para compreender as estratégias de ascensão econômica e social oportunizadas pelo sistema escravista, segui as trajetórias de duas famílias, sendo uma estruturada por agregados livres, moradores da fazenda Gurgalha, composta por Simão e Ezalta Dias Coelho e a outra estruturada por liberto e escrava, parte dela, oriunda da áfrica, que conseguiu liberdade, bens, entre eles, escravos, refiro-me a José Gomes da Silva e Andrezza Maria do Espirito Santo.