Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC)

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    Percepções e atos de discentes universitários/as sobre a potência pedagógica das imagens no planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo
    (Universidade do Estado da Bahia, 2024-02-28) Lopes, Willian Falcão; Sitja, Liege Maria Queiroz; Silva, Denise Vieira da; Soares, Emanoel Luís Roque; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Souza, Sueli Ribeiro Mota
    A presente tese acadêmica intencionou descrever e interpretar percepções e atos de discentes universitários/as sobre a potência pedagógica das imagens no planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo, tendo como campo empírico o Laboratório de Ensino de Geografia (LabEGeo) da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), câmpus Vitória da Conquista-BA. Para tal intenção, foram propostas as seguintes questões problematizadoras: Como a experienciação discente coletiva-colaborativa com imagens é percebida, reconhecida e intencionalizada nos processos de ensino-aprendizagem? Como os/as discentes planejam relacionar nas ações do projeto de intervenção imagético-pedagógico as vivências de estudantes do Ensino Médio da escola básica com a experienciação coletiva-colaborativa com imagens? A investigação foi apoiada nas abordagens qualitativas de pesquisa fundamentadas nas correntes filosóficas Fenomenologia e Hermenêutica, tendo como Método o Fenomenológico de base Empírico-Interventiva (MFE-I). Para seu acontecer, foram selecionados oito discentes universitários/as da UESB regularmente cadastrados/as pela Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) como extensionistas no projeto “Educação Geográfica e Psicossocial das Imagens Contemporâneas (EduGeoPsIC)”, sendo três bolsistas de Geografia e cinco voluntários/as (um de História, um de Psicologia e três de Geografia), para que fossem vivenciadas entrevista fenomenológica, observação participativa dos momentos ou situações pedagógicas grupais de experienciação coletiva-colaborativa com imagens, e elaboração documental e implementação de um projeto de intervenção imagético-pedagógico, que foi construído por esses/as discentes nos momentos ou situações pedagógicas grupais e desenvolvido com trinta estudantes líderes de turmas do Ensino Médio regular e integral do Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (CIEB). A arquitetura conceitual foi composta, principalmente, pelos conceitos de imagem, imaginação, imaginário, percepção-sensações, competências cognitivas, sociais e afetivas, Fenomenologia empírico-interventiva, planejar-sentir-agir coletivo-colaborativo, e potência pedagógica. Como fechamento, imagino, com base nos achados da investigação e nas teses e dissertações estudadas durante a pesquisa, que a experienciação coletiva-colaborativa com imagens pode convocar os/as discentes universitários/as a planejar-sentir-agir de maneira mais integrada, cuidadosa, sensível e profunda, pois tal experienciação pode provocá-los/as a tencionarem os processos de ensino-aprendizagem de seus campos formativos disciplinares a se distanciarem de correntes epistêmicas mais cristalizadas e de práticas educativas reprodutoras de representações hegemônicas e colonialistas, para se aproximarem e produzirem epistemologias mais ativas, abertas e relacionadas com a vida, potencializadoras de tessituras vitais e de lógicas de racionalidades plurais capazes de produzir desterritorializações de verdades e crenças hegemonizantes. Ao mesmo tempo, implico atenção sobre o quanto a experienciação coletiva-colaborativa com imagens possibilita uma maior interação entre as pessoas de um grupo, e respectivamente o fortalecimento do vínculo entre elas. No ato de descrição e interpretação de uma imagem, a pessoa que a faz tende a falar tanto sobre o que se mostra quanto sobre si mesma, uma vez que se fundamenta em suas experiências mais íntimas para perceber o que desvela. Ao dispor o íntimo de suas experiências para outras pessoas, quando desvela uma imagem, a pessoa que a faz possibilita a instauração de uma abertura para produção de vínculos e trocas de experiências sobre o fenômeno vivenciado, o que tende a implicar em uma maior interação entre as pessoas de um grupo frente às diversas formas como esse fenômeno as afeta.
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    Educação popular no território de Itaparica-BA/PE: narrativas sobre lutas, subjetividades e construção histórica no Vale do São Francisco
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-12-18) Rodrigues, Elilia Camargo; Nascimento, Antônio Dias; Hage, Salomão Antônio Mufarrej; Santos, Luciano Costa; Santos, Fábio Josué Souza; Hetkowski, Tânia Maria
    O presente estudo tem como objetivo principal apresentar a realidade de participação narrada pelas lideranças que atuam em organizações populares de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, tendo em vista o desenvolvimento de uma Educação Popular no Território Itaparica-BA/PE. A investigação atende ao aporte fenomenológico no âmbito das investigações qualitativas, diante da significação dessas lideranças, sujeitos da pesquisa e narradores das suas realidades. Nesse sentido, as memórias de participação foram conhecimentos relevantes que auxiliaram na descrição da realidade e consistem em resultados da condução de entrevistas narrativas como procedimento metodológico de investigação. Na fundamentação teórica do trabalho destacam-se as contribuições de Merleau-Ponty (1999), na compreensão fenomenológica teórico-metodológica da investigação; Dussel (1977, 1995, 2012), Walsh (2013), Mbembe (2018, 2021) e Quijano (2005), como referências no debate sobre o contexto social da colonialidade e sua desconstrução atribuída como decolonialidade e descoloniazação; Ricoeur (2010), no diálogo que envolve histórias, tempos e narrativas; Saquet (2007) e Saquet e Spósito (2008), nos conceitos de território, territorialidade e desterritorialização; além de Paulo Freire (1987, 2011) e Oscar Jara (2020), no debate da Educação Popular. As considerações dessa realidade implicam em problemáticas sociais vivenciadas diante dos impactos na população atingida e na sociedade com repercussões em nível local e nacional das negligências cometidas com a implantação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) no território. As reações dos sujeitos perante as consequências dessas problemáticas respondem pela aderência a um contexto favorável para a organização da luta e da resistência, apoiada pela atuação da Teologia da Libertação, impulsionando a intensificação da cultura de participação vigente no território. Os resultados estão voltados ao reconhecimento de uma Educação Popular no território e constituem campo epistemológico e disciplinar que remete à formação da consciência política e à libertação dos sujeitos frente às injustiças da sociedade capitalista e da exclusão social.
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    Infância, leitura literária e diferenças na experiência educativa de futuras professoras: sentidos que atravessam limites de gênero
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-11-30) Lima, Lílian Fonseca; Oliveira, Rosemary Lapa de; Beltrão, Lícia Maria Freire; Cardoso, Marilete Calegari; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Ferreira, Maria da Conceição Alves
    Esta tese apresenta uma maneira de compreender o saber da experiência educativa ao analisar as relações entre a leitura literária nas diferenças e suas ressonâncias na experiência educativa de futuros docentes. Esta experiência constrói saberes – se for apresentada numa dimensão para além da teoria e prática – pensados em sua inovação, resultam um novo conhecimento disparado pelo texto literário para infância, de modo a promover reflexão sobre os sentidos de um texto de literatura para quem o experienciou. A partir de um enfoque transdisciplinar e orientada por uma perspectiva discursiva, são apresentadas as possibilidades de compreensão da problemática a partir das contribuições teóricas de diferentes áreas do saber como a Formação docente, Literatura, Análise do Discurso Francesa e os Estudos de Gênero. A aposta é de que a experiência educativa subsidiada pelo conhecimento com as diferenças é o que lhe dá sua urdidura e perspectivas como num caleidoscópio. Constituída pela trama de fios dos discursos que se conectam a ela para: a) questionar a ausência de textos na literatura para infância que aborde questões de gênero e sexualidade; b) proporcionar a efetiva vivência de textos ficcionais que apresentam um outro viés para pensar a leitura literária; c) experimentar possibilidades afetivas, teóricas e práticas permita que se possa anunciar possibilidades de uma educação partindo dela. Para tanto, foram desenvolvidas através do Círculo de Experiência Literária alternativas para pensar a experiência educativa, a partir das bases teóricas de Contreras Domingo; Pérez de Lara (2010), Contreras Domingo (2013) e Larrosa (2019, 2004); Oliveira (2019, 2018), Orlandi (1987, 2007) para pensar a leitura e o campo discursivo; e dos estudos de Louro (1997, 2000, 2013); Débora Britzman (1996, 2009); bell hooks (2016, 2013) para abordar as diferenças de gênero e sexualidade e pensar a experiência literária por outra lógica. As colaboradoras da pesquisa foram graduandas concluintes do curso de Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado Bahia, no Campus I. É uma pesquisa qualitativa pautada na etnopesquisa implicada de Macedo (2012), de natureza interpretativa, que coloca em evidência a leitura e a expressão do repertório formativo experimentado nas etapas empíricas Arqueologia literária e Horizontes literário, do dispositivo Círculo de Experiência Literária. O corpus de análise foi constituído das narrativas/textos das colaboradoras na experiência do círculo. Para análise e interpretação do corpus, buscou-se inspiração no campo da Análise do Discurso tomando por foco os estudos de Eni Orlandi numa interface com os estudos em Educação e das diferenças de gênero e sexualidade. Como principais resultados decorrentes da experiência educativa no Círculo de Experiência Literária, destacou-se a potência formativa das leituras, impactando positivamente para a construção e (re)significação de saberes profissionais, do mundo e de si mesmo, despertando a criticidade, o olhar para outras realidades com vistas a quebra de paradigmas e a necessidade desse saber se constituir parte integrante dos currículos formativos.
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    Experiências juvenis em contextos de vulneração
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-02-27) Carvalho,Danilo Melo de Morais; Messeder,Marcos Luciano Lopes; Coulon,Alain Lucien Louis; Santana,Kleverton Barcelar; Arruda,Jalusa Silva de; Costa, Livia Alessandra Fialho da; Souza,Elizeu Clementino de
    Esta tese de doutorado é uma resposta ao objetivo geral de discutir quais experiências de jovens negros constituem a rua e a comunidade terapêutica enquanto contexto de vulneração, a partir de uma abordagem qualitativa, iniciando com a realização da revisão bibliográfica de estados da arte sobre juventudes e vulnerabilidades, para entender lacunas, tendências e recomendações para a pesquisa em educação, parâmetro para a definição dos procedimentos metodológicos desta pesquisa. A discussão prévia dos conceitos operadores da pesquisa (juventude, experiência, contexto e vulneração) possibilitou o entendimento de seus potenciais usos nesta investigação, em especial a definição do conceito de vulneração, como mais adequado para abordar populações com vulnerabilidades efetivadas. A etapa empírica consistiu no acompanhamento de dois interlocutores pelo Centro Histórico de Salvador e também foram discutidas experiências juvenis a partir de um banco de dados agregado, com algumas anotações e relatório sobre a situação de jovens internados em uma comunidade terapêutica que os abrigava ilegalmente, bem como foram reunidos documentos que ajudam a minimizar as lacunas desses dados. Dentre as discussões dos dados de campo, destacam-se a ambiguidade da agência viril na “caça às gringas” como fissura nos modelos clássicos de crítica feminista ao lugar fixo de privilégio masculino nas dinâmicas heteronormativas, bem como a proposta do conceito de “arquitetura da vulneração” como dispositivo para evidenciar o caráter refratário da cidade, para jovens vulnerados e vulneradas, do Centro Histórico de Salvador. Na discussão sobre a comunidade terapêutica, foram destacados os retrocessos políticos multissetoriais que implicam o funcionamento das comunidades terapêuticas, um dispositivo de desarticulação da atenção integral juvenil. Após a discussão sobre as experiências juvenis, é apresentado o contraste entre elas e o aporte histórico e filosófico (Agamben, 2004; Foucault, 1998; Mbembe, 2016) desta pesquisa, na intenção de discutir contextos, em suas camadas mais amplas, no âmbito macrossocial, porém enraizadas nas experiências juvenis. Sem a aproximação com a história do Brasil pós-abolição da escravatura e sem a aproximação ao problema do racismo como dispositivo de exercício do poder colonial, como discutido por Fraga Filho (1994), Paulino e Oliveira (2020) e Arruda (2020) as contribuições filosóficas não passariam de meros dispositivos teóricos de colonização interpretativa que nos distanciariam do entendimento das especificidades de nossos problemas, enquanto estado de direito seletivo, atualizador de antigas formas de segregação racial e econômica de jovens negros(as) e pobres.
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    Vivências e outras vivências em corpos privados do sentido da visão
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Duarte, José Carlos Silveira; Santos, Luciano Costa; Lísias, Sergio; Galeffi , Dante Augusto; Sousa , Joana Belarmino de; Santos , Jaciete Barbosa de; Sitja , Leige Maria Queiroz
    Vivências e Outras formas de Vidências experienciadas no mundo da vida cotidiana por pessoas cegas constituem o cerne desta investigação, orientada pela perspectiva fenomenológica, que reconhece a variedade e a diversidade da própria experiência perceptiva humana. Ficou evidenciado que, através dos sentidos do tato, da audição, do cheiro e do gosto, e da cinestesia, a pessoa com deficiência desvenda o universo que a rodeia, percebe as nuances existentes no espaço e reconhece a diferença entre os seres. Ao associar estas informações sensoriais, monta um quebra-cabeça e constrói imagens mentais com o poder de orientar seu cotidiano e contribuir para situá-la no mundo com mais firmeza. A ACIDE, Associação Conquistense de Integração do Deficiente, materializou este encontro e tornou-se um campo de investigação deste fenômeno, porque mostrou-se um lugar propício à observação da ocorrência de relações intersubjetivas, de troca de experiências e de co-responsabilidades entre o sujeito cego, seus colegas e professores, assim como local de aprendizado e de redescoberta do mundo. O método de pesquisa qualitativa encontrou-se com a forma de fazer documentários e elegeu o dizer do outro como a dimensão basilar para a produção de dados, que possam contribuir para erigir um conhecimento novo e fecundo. A orientação teórico-metodológica, centrada na fenomenologia, busca os fundamentos em Husserl e encontra-se com a corporeidade em Merleau-Ponty, para investigar a dimensão da corporeidade e da sensorialidade em pessoas cegas. Com a aplicação do método fenomenológico empírico, o aparecer do sentido é trazido pelas falas dos próprios entrevistados, o que implica em uma história narrada que expressa as vivências dos entrevistados, imersos no mundo da vida dos cegos. Ao analisar estes depoimentos, numa perspectiva fenomenológica, tem-se o intuito de identificar os elementos “invariantes”, o significado desse mesmo fenômeno em corporeidades e subjetividades distintas. A partir de várias descrições individuais consegue-se alcançar significados essenciais, que dão origem a uma estrutura geral do fenômeno investigado. Estas narrativas autobiográficas de pessoas cegas têm como premissa o poder transformador do ato de narrar a própria experiência vivida.