Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Gênero, Raça/Etnia e Sexualidade na Formação de Educadores – 2017/2019

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    A Cor da Benção: Ancestralidade, Essência, Segredos
    (2019-08-16) Oliveira, Maria Assunção Santos
    O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como norte as práticas de rezas e curas empreendidas pelas rezadeiras no cotidiano das comunidades rurais do Recôncavo da Bahia, em particular, no Rio da Dona, área situada no município de Santo Antônio de Jesus. A escrita documenta e analisa a vida de Tia Quinha e a sua prática de rezar pessoas, tanto da sua comunidade quanto de outros lugares. Procurada para curar diversos males, a rezadeira com 109 anos, compreende que rezar é um ofício possibilitado por um dom divino. A atividade de rezar no contexto sociocultural do Recôncavo é realizada, na maioria das vezes, por mulheres que exercem essa atividade. São elas sujeitos históricos, descendentes de escravizados, integrantes das classes trabalhadoras e negras, introduzidos no mundo do trabalho ainda na infância. O conhecimento de benzedeira é aprendido através da oralidade, o que permite que essa atividade seja passada de geração a geração. Hoje, reconhecida como patrimônio da cultura imaterial, passível de registro, o ofício de rezar visa, através do contato com o sobrenatural e com o poder das ervas, curar pessoas, transcendendo a dura realidade em um universo em que a medicina ortodoxa e o deficitário sistema de saúde nem sempre se mostram eficazes. No contexto desta pesquisa, a análise documental, oralidade, memória, tradição e ancestralidade são pontos essenciais na escrita centrada em depoimentos, pois as fontes orais constituem material privilegiado para a reflexão das práticas culturais das rezadeiras. É justamente na memória desses sujeitos que se encontram experiências acumuladas de suas vidas e é oportuno ressaltar que, no próprio universo da benzeção, formado de integrantes das camadas afro-brasileiras empobrecidas, em grande escala, mantém-se a força da tradição oral, sendo a observação e a fala os principais veículos de transmissão do saber e permitindo assim, visualizar e vivenciar uma historicidade da qual Tia Quinha é mensageira e guardiã.
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    Educação Infantil e Relações Étnico-Raciais: Percepções de Profissionais da Educação Infantil sobre as Questões Étnico-Raciais no Referencial Curricular Municipal para a Educação Infantil de Salvador
    (2019-09-18) Borges, Luana Vidal Dos Santos
    Este trabalho analisa o tratamento dado às questões étnico-raciais no Referencial Curricular Municipal para a Educação Infantil de Salvador (RCMEIS), documento norteador dos materiais a serem utilizados no cotidiano da educação infantil em nossa cidade. Um dos objetivos específicos desse trabalho é o de perceber como os avanços contidos no documento, referente à educação das relações étnico-raciais na educação infantil, dialogam com a complexidade de um modelo de educação ainda marcado pelo racismo e exclusão das populações negras em geral. Para atingir esses objetivos, fizemos uma discussão inicial sobre a concepção de educação infantil, infância e criança no RCMEIS, sempre refletindo como a criança negra se encaixa nessa nova perspectiva. Em seguida, examinamos as percepções de professoras, coordenadoras pedagógicas e diretoras acerca do documento, tentando entender como elas compreendiam as questões étnico- raciais a partir do estabelecido no RCMEIS. Por se tratar de uma pesquisa de cunho qualitativo, considerando a natureza do objeto, utilizou-se dos recursos da pesquisa bibliográfica, analise documental e questionários semiestruturado. Como resultado, a pesquisa apontou que embora o RCMEIS seja um documento importante para a educação infantil soteropolitana, contudo, não aprofunda as discussões étnico-raciais e, deste modo, não garante às crianças negras o amplo acesso às aprendizagens ali elencadas.
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    Racismo Sutil: Juízo Professoral, Juízo de Valor e Prejuízo
    (2019-09-26) Silva Filho, Emanoel Santana Sampaio
    O presente trabalho objetivou investigar os juízos professorais, e, perceber os impactos do racismo sutil em discursos e práticas preconceituosas e discriminatórias como formas de produção de submissão e fracasso nas crianças dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I. Este estudo apresenta um breve percurso histórico sobre a sofisticação do racismo e a concepção do sutil, relacionando os impactos na aprendizagem destas crianças e como a prática pedagógica antirracista pode favorecer o desenvolvimento integral dos estudantes. Buscamos discutir também como a prática pedagógica antidiscriminatória contribui na construção de novas relações sociais e interpessoais. Este trabalho se fundamenta na concepção de Juízos Professorais tendo como base os estudos de Bourdieu, visando ser um subsídio para os professores dos Anos Iniciais, de forma que colabore para uma prática pedagógica da equidade.
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    Retratos das Pedagogias Feministas: uma reflexão sobre o Programa Novo Mais Educação no Colégio Estadual Antônio Bahia
    (2019-09-24) Ferreira, Daniele Lopes
    Esta pesquisa intitulada Retratos das Pedagogias Feministas: uma reflexão sobre o Programa Novo Mais Educação no Colégio Estadual Antônio Bahia busca compartilhar experiências de práticas insurgentes que aconteceram durante a execução do Programa Novo Mais Educação no ano de 2017 e 2018 na referida escola. As pedagogias feministas são práticas que problematizam os/as sujeitos/as e seus cotidianos a partir dos marcadores de gênero, raça/etnia, classe, sexualidade, territorialidade, numa miragem das encruzilhadas. Ademais, são pedagogias que buscam visibilizar as experiencias localizadas e que valorizam os diversos saberes históricos e político-sociais de corpos generificados e racializados que, ao longo de sua trajetória de vida foram subalternizados (Hooks, 1994; Sandenberg, 2004; Martinez, 2016; Cardoso e Paiva, 2011). Assim, cortejei refletir como essa prática lastreada por esses marcadores deslocou o cotidiano da escola, bem como a formação política dos/as estudantes, tendo como apoio metodológico a História Oral e fontes escritas. Nesse sentido, foi possível perceber, principalmente pelas lentes da oralidade e das produções literárias dos/as estudantes, que as Práticas Pedagógicas Feministas podem ser pensadas como uma possibilidade potente, capaz de desmantelar o construto de sociedade imposta pela colonização que, ao longo de séculos têm norteado de forma violenta o modo de ser e viver das/os sujeitas/os.
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    “Água Negra e Outras Águas”: instrumento de empoderamento e representatividade para as estudantes negras baianas do ensino médio público
    (2019-09-23) Oliveira, Jessica dos Anjos
    Este trabalho busca analisar como o livro poético ―Água Negra e Outras Águas‖ (2016) da autora negra baiana Lívia Maria Natália de Souza Santos pode contribuir para o processo de ensino-aprendizado das estudantes negras do ensino médio público da Bahia. Dessa maneira, procura-se apreender a significância da literatura negra feminina para a representatividade e empoderamento dessas alunas. Ademais, este estudo se trata de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, considerando a natureza do objeto, utilizou-se do recurso da referenciação teórica com base nas ideias, principalmente de Ana Rita Santiago da Silva (2010), Audre Lorde (1984), bell hooks (1995), Florentina da Silva Souza (2005), Luiz Cuti (2010), Munanga (1996), Regina Dalcastagnè (2005) e Stuart Hall (2005). Além disso, analisa também documentos oficiais como a LDB (1996), os PCNEM (2000) e a BNCC (2018) no que se referem a literatura na escola. Assim, a pesquisa apontou que os poemas de ―Água Negra e Outras Águas‖ correspondem ao esperado pelos documentos legais ligados ao ensino e contribuem para o gerenciamento de situações de conflito no espaço escolar. Diante disso, pode-se concluir que o trabalho pedagógico com essa obra literária possibilita a propagação de uma educação antirracista.